quinta-feira, 19 de setembro de 2013

De mansinho...


14 de Janeiro

Levantámo-nos sem pressas, comemos, conversámos, desarmámos tendas, arrumámos mochilas e entre olhares, comentários e sorrisos, saímos do parque de campismo onde estávamos para poder voltar ao carro.
Tal como entrámos neste parque natural: pé-ante-pé, sem saber ao certo o que esperar. Assim saímos do parque...de mansinho, quase sem darmos por isso. Aproveitando as paisagens únicas da região para terminar de reeducar os olhos e a mente para novas definições de beleza, imensidão, grandiosidade e simplicidade, rumando vagarosamente em direcção a Puerto Natales.
Um dia de descanso, depois de uma caminhada mágica.
Um dia em que a decisão mais difícil seria escolher um hostel para ficar para essa noite e onde ir acomodar a barriga com um belo jantar!
Saludos y Besos

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um pequeno aparte

Por algum motivo que não sei explicar, parece-me que deixei um pouco de lado uma das coisas que mais prazer me deu nestes dias. O entardecer tranquilo e relaxado que tínhamos junto às tendas.

Por vezes esquecemo-nos como as coisas mais simples são aquelas que têm mais valor. Não são precisos ecrâs 3D de 50 pulgadas, carros do último modelo, aqueles ténis que custam o que gastamos em comida num mês inteiro. Cada vez mais me convenço do mesmo, é como dizia o outro, só precisamos mesmo é de “amor e uma cabana!”.



Que podia ter mais valor para nós que um fim de dia sentados numa mesa de madeira, céu alaranjado, cházinho (ou mate) na mão, todos juntos, a jogar às cartas, a conversar a ler ou a tomar notas do que tinhamos vivido nesse dia? Que podiamos valorizar mais que essas horas entre chegar às tendas e ir dormir?
Todos sabem que gosto de cozinhar, gosto de ter a “minha” cozinha onde ninguém me chateia nem me pregunta o que podem fazer. O que talvez nem todos saibam é que uma das cozinhas que mais gosto é uma “especial one”, que posso levar comigo! Um conjunto de panelas de campismo que lá dentro têm um pouco de tudo. Um bocadinho de cada segredo que vou aprendendo ao cozinhar em viagem. Ou seja, essa cozinha tem la dentro um pouco de cada viagem que já fiz e de cada pessoa com quem me cruzei.
Não o digo para ser poético, digo-o porque é a mais pura das verdades. O que levava comigo quando comecei a viajar e a cozinhar já pouco tem em comum com o que levo hoje em dia. Tenho aprendido essêncialmente de duas maneiras: através de coisas que me foram saindo bem ou mal e através de contacto com todos os “cozinheiros viajantes” com que me cruzei (ou seja, copiar os bons exemplos!).
Aprendi que enlatados pesam demasiado quando é preciso carregalos às costas; aprendi que um saquinho de soja não pesa nem ocupa espaço e faz comida para um batalhão; aprendi que uma boa base de especiarias e caldos (Knnor ou outros do estilo) fazem com que a mesma massa ou arroz pareçam pratos diferentes; aprendi que uma caneca de sopa instantanea ou simplesmente um chá, fazem com que todos fiquem mais descansados, aconchegados e quentinhos enquanto esperam pelo jantar. Estas são um pequeno exemplo das mil e uma coisas que tenho aprendido ao cozinhar numa “cozinha portátil” ou em cozinhas de hostels, albergues e refúgios.
Gosto especialemente do desafio de a partir de poucos ingredientes e da minha “cozinha mágica” ter que preparar algo fácil mas ao mesmo tempo que quem o coma diga “Uau! De onde é que isto saiu?!”. Ainda me falta aprender muito para chegar a ser suplente para o “Na roça com os tachos” mas concordo perfeitamente com a frase que o grande chefe João Carlos Silva tanto dizia nesse programa: “Há que fazer o amor com a comida!”.
Bem, já sei que me desviei um bocado da conversa principal mas foi por uma boa causa!
Ora, onde é que eu ia...os finais de dia no parque de campismo.
Depois de momentos tão tranquilos de convívio e partilha, unidos por um caminho ou momento em comum, pouco importa se temos que jantar de casaco e de gorro, que o processo de cozinhar leve 3 ou 4 vezes mais tempo que o “normal”, que estejamos sentados num banco de madeira ou que tenhamos que fazer turnos para comer a sopa porque não há copos suficientes. Em boa companhia, com vontade, com alguns “posinhos mágicos” e muito amor, o que se pode cozinhar nestes momentos supera qualquer restaurante ou banquete.

Saludos y Besos

sábado, 14 de setembro de 2013

Novos desafios, novos limites


13 de Janeiro


Enquanto tomávamos o pequeno almoço, os olhares em direcção às torres e os comentários que fazíamos não deixavam margem para dúvidas, o dia anterior tinha deixado as suas marcas. Marcas felizes, boas, que tão depressa não se apagarão.
Meio a dormir, a ajustar as alças das mochilas e a tentar convencer o corpo que andar aquelas horas era uma boa ideia, lá estávamos nós a dar os primeiros passos. Ainda nem tínhamos chegado à primeira placa informativa e já estávamos de boca aberta, estupefactos, a tentar absorver a beleza dos tons matinais que a paisagem nos oferecia e a tranquilidade com que uma raposa passeava à nossa frente.

Assim começou este dia.
Os primeiros 15 minutos foram feitos à medida, para poder ir despertando os sentidos. Um passeio tranquilo por um trilho plano, com alguns toques especiais a despertar interesse (como a primeira ponte do dia). Passados esses primeiros minutos começava a subida. Nada do outro mundo, mas a questão é saber ir com calma, passar a mensagem ao cérebro que “devagar se vai ao longe” e que somos capazes. Não deixar que seja uma parte do nosso cérebro a dizer-nos a nós que é demasiado difícil, que se já me está a custar então nunca vou conseguir...etc.
Com estes diálogos “razão” vs “emoção” a acontecerem dentro de cada um, lá seguimos caminho encosta acima.

Um dos pormenores engraçados que tem este caminho é que ao longo do percurso as torres vão aparecendo e desaparecendo, consoante a zona onde se está. Como disse no princípio, das tendas tínhamos visto o topo das torres, agora em toda esta primeira parte do percurso não íamos deitar olhos nas torres até chegar à primeira “zona de paragem”, mais ou menos 2 horas depois de arrancar.



Mesmo antes de chegar a esta merecida zona de descanso, uma das partes mais bonitas do percurso: uma ponte de madeira sobre o rio, bem na base do vale e com as torres a espreitarem lá ao fundo. Sorrisos abertos para a foto, uns metros de conversa sobre o percurso e por fim, uma pausa de contemplação! Ou seja, uma paragem estratégica para apreciar a paisagem, tomar um cházinho, comer uma peça de fruta e uma bolachas, rever como estamos de água, ir à casa de banho e preparar-nos para a próxima parte do percurso.

Arrancámos ainda mais animados (o que fazem 15 minutos de conversa e papinha!) seguindo por um sector mais arborizado, com algumas subidas e descidas, mas que no seu total, não tinha grande inclinação. Tal como na primeira parte do caminho, acabámos por dividir-nos em dois grupos, para que cada um seguisse a seu ritmo, sem interferir no ritmo dos outros. Meninos mais à frente, meninas mais atrás.

Até aqui tudo normal. Resulta que antes de chegar às torres, há mais um ponto de paragem (outro parque de campismo) a 100m do caminho principal. Ora, os meninos, sabendo da necessidade constante do sexo feminino por casas de banho, resolveram esperar pelas meninas nesse mesmo ponte de paragem. Esperaram...esperaram...esperaram...e as meninas não apareceram. Depois de ter voltado para o desvio do caminho (estava à chapa do sol) que dava para o parque de campismo e de perguntar a várias pessoas que passavam se tinham visto as tais membras femininas da comitiva (recebendo sempre a mesma resposta: “não, não passamos por elas”) só havia uma resposta possível: a única vez que deviam ter ido à casa de banho em toda a viagem...tinham decidido seguir! Qual “que estranho eles terem arrancado sem nós” ou “será que eles não pararam no parque, à sombra, à nossa espera?”, não...nada de perguntas destas, só continuar caminho, sem avisar ninguém! Que bonito!
Bem, lá seguimos encosta acima. Agora sim era a doer. Não era suave, nem gradual, nem nada que se pareça. Era bruto, seco, ao sol e sempre a subir! Ao melhor estilo patagónico: “queres mesmo? Então esforça-te!”.
O último pedaço da subida parece tirado de um qualquer filme de um planeta distante, fazendo lembrar o que numa competição de BTT seria chamado de “Rock Garden”¹ mas neste caso não é nenhum “quintal”, é uma cidade inteira de pedras e pedregulhos soltos!
Chegados ao topo, lá estavam as Torres del Paine. Imponentes paredes de rocha maciça. Percebe-se porque dão nome ao parque. Percebe-se porque despertam curiosidade suficiente para levar pessoas a fazer kilometros e kilometros para as poder contemplar.


Pensar que já houve uns quantos malucos que as escalaram até ao cimo...inacreditável. Não me refiro “só” à altura ou dificuldade das vias de escala mas a todo o conjunto de factores que influenciam uma ascensão deste tipo num clima patagónico. A exposição aos elementos, a variabilidade meteorológica, a distância a que estão os pontos de auxílio... A expressão “não é para todos” neste caso não faz sentido, é totalmente enganadora. Não é uma questão de não ser para todos, é mesmo para muito, muito, muito poucos. E a esses, tiro-lhes o meu chapéu.
Quanto às meninas: estavam sentadinhas ao sol, a comer tranquilamente! Menos mal, pelo menos agora tínhamos a certeza que não se tinha passado nada, que estava tudo bem. Basicamente não se tinham apercebido que íamos estar à espera delas na paragem anterior e pensaram que como já não faltava muito, tínhamos decidido seguir caminho até às torres.

***
Em defesa do sexo feminino

As meninas, que aparentemente ficaram para trás, não o fizeram simplesmente para apreciar a paisagem. As três membras femininas experienciaram momentos importantes de superação, motivação e luta. O início do caminho que para muitos poderia ser fácil não o foi para toda a comitiva feminina, além do mais jogando com o psicológico: “se isto ainda agora começou e eu estou assim, nunca vou chegar...” ou “bem tanta gente a passar por mim e eu quase sem respirar, não vou conseguir”. Pois é, tivemos que lutar contra o cansaço e a parte psicológica, que muitas vezes multiplica por 10 as dificuldades reais. Mas lá fomos caminhando, pensando em pequenos objectivos e a frustração foi, gradualmente, substituída pela gratificação de ter progredido um pouco mais, de ter chegado ao cimo de subida. E assim foi, com algumas músicas e jogos lá pelo meio para animar a malta, até que chegámos ao famoso desvio antes do último pedaço do caminho até às torres. Nessa altura a moral estava em alta e faltava tão pouco, que nunca nos passou pela cabeça que os meninos estariam à nossa espera no parque de campismo. Estávamos motivadas, com energia e lá continuámos o caminho, encarando desta vez a difícil subida (já descrita acima) com humor, afinal faltava tão pouco. E foi assim que depois da árdua subida lá estavam as imponentes torres, mas...nada de meninos como estávamos à espera. E daí, entre procurar, especular, sentir-nos culpadas por não termos confirmado se estavam no desvio, lá chegaram os meninos para juntar-se a nós a admirar tão imponente lugar.
***

Agora estava na hora de aproveitar a paisagem, de almoçar, de descansar o corpo, recargar baterias e deixar a alma absorver todo o esplendor do cenário que nos envolvia.
No entanto, tínhamos todos a sensação que as baterias se tinham carregado demais e que agora pesavam o dobro! É o que dá deitar uns minutinhos ao sol depois de comer, aparece a moleza!
Nada de grave, não tínhamos pressa e aos poucos, lá nos fomos mexendo, tirando umas fotos de grupo, aproveitando para ver as torres de ângulos ligeiramente diferentes e por fim, lá começámos a descida.
Todos juntos, aos poucos, lá fomos andando e a cada meia-duzia de passos, olhando para trás. Sim, era verdade, tinhamos estado mesmo ao lado das torres que agora deixávamos para trás.
Poder-se-ia pensar que ao voltar pelo mesmo caminho que já tinhamos feito, este perdesse algum do interesse ou da magia. No entanto, o que se passou foi bem diferente.
Na volta, tivémos possibilidade de ver o caminho de outro ângulo: experiementar a dureza de alguns pontos de descida que ao subir nem tinham parecido tão difíceis; sentir que o campo de visão se abria cada vez mais à medida que iamos saíndo do vale, em vez de ficar cada vez mais focada num ponto, como tinha acontecido no sentido contrário; a possibilidade de tirar bem para o fundo da memória aquela voz interior que nos dizia que não eramos capazes, mostrando-lhe a cada passo: “Eu pude! Eu já passei por aqui. Superei-te, superei-me. Fui e estou de volta, com um sorriso nos lábios.”.
Para uns o caminho tinha valido acima de tudo pela experiência pessoal, para outros pela possibilidade de ver de perto algo que pouco tempo antes não passava de um sonho. Mas o mais importante era que para todos, o caminho tinha ainda mais valor por o termos feito todos juntos. Cada um com o seu motivo, cada um com as suas forças, cada um com as suas fraquezas, mas no final (minto, não foi só no final mas sim ao longo do caminho) cada um com o seu sorriso.

Este caminho sei que não o teriam escolhido sozinhos, não seria para vocês uma prioridade. Obrigado Catarina, São e Rui por terem aceite o desafio, por terem enfrentado de frente algo que parecia tão fora da vossa zona de conforto. Obrigado por acreditarem nas nossas palavras e por me ajudarem a poder cumprir o sonho de ver de perto as Torres del Paine.

Saludos y Besos


¹ “Rock Garden” - é o nome dado a determinadas zonas, em percursos de BTT, que assemelham “quintais” de pedras. São zonas normalmente com inclinação e com pedras com fartura, o que as transforma em zonas técnicas e onde as quedas são muitas vezes bastante espalhafatosas! A foto do lado é do rock garden do percurso dos Jogos Olímpicos de Londres. Precisamente onde o nosso amigo e grande atleta olímpico David Rosa, teve uma queda com direito a repetições de vários ângulos e tudo!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sorrir é fácil





12 de Janeiro


Segunda noite bem passada. Segundo pequeno almoço no parque e já começamos todos a entrar na rotina do costume, com a diferença que desta vez havia que desarmar o acampamento pois os planos envolviam uma mudança de zona.
Tudo arrumadinho lá seguimos para a zona da queda de água que tinhamos visto no dia anterior. Desta vez, para seguir um caminho fácil de uma horita, plano, que passava por ai e que levava a um dos miradores dos Cuernos del Paine.

O dia estava perfeito, saiu o sol, sentia-se o um calorzito e aproveitámos para tirar todas as fotografias da praxe à saida do parque de campismo: fotos de grupo, de casal, de manas, sozinhos, a fazer palhaçadas...de tudo um pouco! E finalmente, perninhas ao caminho porque o caminho faz-se caminhando!

Passando pela queda de água (bem diferente com o sol a iluminá-la) e passado uns metros...”SILÊNCIO! NÃO SE MEXAM! Está alí um guanaco!”. Devagarinho, pé ante pé, com cuidado...e o guanaco tranquilo da sua vida, sem nos ligar nenhuma e a deixarnos vê-lo bem de perto.
Que bicho caricato!
Já não nos podiamos queixar muito, afinal de contas o dia estava perfeito, a previsão de tempo para os próximos dias era de céu limpo e subida das temperaturas e já tinhamos tido oportunidade de ver um guanaco. Nada mal!

A caminhada proseguiu, agora com todos a tentar encontrar mais algum animal. Uns bons minutinhos a apreciar a vista do mirador, repôr energias comendo umas bolachinhas e coisas do género e seguimos de volta.
Na volta, mais uma aventura: lutar contra o vento patagónico!
Dar 3 ou 4 passos em frente, tentado andar em linha recta e o resultado ser andar em diagonal. Bem divertido!

Despedimo-nos desta zona do parque e seguimos para a zona das Torres del Paine (que dão nome ao parque).

Pelo caminho...”PÁRA O CARRO!!!”. Já tinhamos visto ñandus, mas este estava mesmo à beira da estrada e tinha crias ao lado. Não podiamos passar por alí e não parar!

Estavamos agora a caminho da zona onde tinhamos que cruzar o rio, para poder chegar ao parque de campismo do qual seguiríamos depois a pé, até às torres. Ora, como o tempo não era muito e queriamos aproveitar ao máximo, fomos-nos informar sobre um caminho que havia ali por perto para saber se ainda tinhamos tempo para almoçar, explorar o tal caminho e depois atravessar a ponte para ir dormir ao outro lado. Aqui fica uma amostra do que foi a conversa:

GP(guarda do parque) – Ora bem, vocês querem passar para o outro lado para ir para o parque de campismo certo?
N(nós) – Sim.
GP – Têm veiculo próprio?
N – Sim, estamos todos num carro.
GP – Há, mas é carro, não têm tracção às 4 rodas pois não?
N – Não...mas a estrada é assim tão má? É que não tinhamos percebido isso.
GP – Não. O problema é que o caudal do rio está a subir muito. Neste momento está muito perto de passar por cima da ponte. Ou seja, com um carro normal, há algumas poças de água, mas devem conseguir passar. Não sei é quando é que vão poder tirar de lá o carro, porque se o rio continuar a subir... Quer dizer, nós a vocês (às pessoas) conseguimos sempre trazer sem grandes problemas, mas veículos não!
N – Hahhhh...
GP – Se quiserem podem é deixar o carro estacionado aqui e passam de carrinha até ao parque de campismo e depois para cá fazem a mesma coisa.
N – Bem...ahhhmmm...deixe-nos só pensar um bocadinho! A que horas partem daqui?
GP – Daqui a hora e meia sai um, depois já ao fim do dia.
N – Ok! Obrigado pela informação!

Bem, como podem calcular a decisão foi bastante fácil de tomar. Daí a 1 hora e meia (ou duas horas, já não me lembro bem) lá iamos nós passar de carrinha para o outro lado. Agora havia que encontrar um poiso interesante para nos sentarmos a almoçar e arranjar as mochilas com tudo o que precisassemos para os próximos dias, porque ao contrário do que tinhamos feito até aqui, não iamos ter o carro-despensa ao lado das tendas.

Almoço ao lado de um “rebanho” de guanacos (e nós preocupados porque poderia ser dificil vê-los). Preparações feitas e lá fomos nós.

Chegados ao parque de campismo todos comentámos o mesmo:
Fizemos bem em deixar o carro!”. Não valia a pena correr o risco e assim estavamos todos muito mais descansados.

Nova montagem de acampamento, desta vez até com direito a que fossem os próprios “inquilinos” de cada tenda a armar-la, visto que não tinhamos pressa pois ainda tinhamos muitas horas de luz pela frente.

Um final de dia perfeito para relaxar e aproveitar toda a magia deste lugar. A oportunidade perfeita para passar o tempo a jogar e a conversar, a tomar notas dos últimos dias, comentar o que tinhamos visto, como estava a ser a experiência, ir aos poucos preparando mochilas e roupa para o dia seguinte, e acima de tudo, para podermos aos poucos convencer-nos a nós mesmos que estava a chegar o dia que aguardávamos, o dia de caminhar até às Torres del Paine.

Saludos y Besos.